O Brent, petróleo de referência às exportações angolanas, recuou esta terça-feira mais de 5%, penalizado por um novo confinamento na China e por receios crescentes de uma recessão mundial.
Às 15 horas, o barril de Brent do mar do Norte para entrega em Outubro baixava 5,05% para 99,78 dólares e o barril de petróleo WTI norte-americano, para entrega no mesmo mês, perdia 4,84% para 92,31 dólares.
Pelo lado da oferta, as preocupações parecem ter diminuído, apesar de distúrbios civis no Iraque e na Líbia, dois importantes membros da OPEP.
A SOMO, empresa estatal do Iraque responsável pela comercialização de petróleo, declarou que as exportações do país não foram afectadas pelos confrontos entre grupos xiitas, que se espalharam pelo segundo dia, além de terem sido registados distúrbios em Trípoli, capital da Líbia.
“Como a Líbia está a extrair cerca de 1,2 milhão de barris por dia, o mercado está de certa forma nervoso com possíveis transtornos na oferta”, disseram analistas do ING em nota. “Em vista da volatilidade da oferta da Líbia nos últimos anos, não seria demais afirmar que há algum nível de prémio de risco já precificado no mercado”.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como OPEP+, deve se reunir no início da semana que vem, a fim de decidir sobre os níveis futuros de produção.
O Ministro da Energia da Arábia Saudita aventou a possibilidade, na semana passada, de que o grupo cortasse a produção, dizendo que os mercados futuros não estavam a reflectir a restrição do mercado físico.
Assim, seria bastante difícil justificar um corte de oferta com os preços em torno de 100 dólares por barril, além de diversos membros estarem relutantes em reduzir suas fontes de receita.
O Instituto Americano do Petróleo actualizará o stock de petróleo e derivados nos Estados Unidos da América, como de costume. A expectativa é que haja uma queda de 600 mil barris em stock.
Comparação
Na passada sexta-feira, os preços do petróleo fecharam em alta, com o Brent (de referência para as exportações angolanas) a subir 1,65 dólar, fechando em 100,99 dólares o barril. Já os contratos futuros de petróleo bruto WTI, dos Estados Unidos da América (EUA), subiram 0,54 dólar, em 93,06 dólares por barril. Na semana, o Brent ganhou 4,4%, enquanto o WTI subiu 2,5%.
A alta foi impulsionada por sinais da Arábia Saudita de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) poderia cortar a produção, mas as negociações estavam voláteis à medida que os investidores digeriram o cenário e, por fim, ignoravam os avisos do chefe do Federal Reserve dos EUA sobre as dificuldades económicas à vista.
Mercados futuros
O petróleo WTI para Outubro terminou com ganho de 0,58% nos cerca de 0,52 dólar, em 93,06 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para Novembro avançou 0,56% (USD 0,55), a 99,01 dólar o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na semana passada, o WTI registou ganho de 2,90% e o Brent, de 2,37%.
Os Emirados Árabes Unidos se tornaram o último membro da OPEP+ a afirmar que estão alinhados com o pensamento da Arábia Saudita sobre os mercados de petróleo.
